A reportagem do jornalista Rafael Walendorff  abordou o tema : Simplificação das contratações pode acelerar expansão do seguro rural.

 

Laura Emília Dias Neves, da AgroBrasil Seguros: contratações podem ser maiores

Braço agrícola da Essor, a AgroBrasil, líder entre as seguradoras privadas no segmento rural no país, já registra 25 mil apólices contratadas por ano, 1milhão de hectares cobertos em 12 Estados e R$ 4 bilhões em valor segurado. A empresa opera mais de 50 produtos para culturas de frutas, hortaliças e grãos e embarcou no projeto piloto para o Pronaf. “Fizemos o produto e mostramos ao agricultor que há um seguro de produção, e não só de crédito como o Proagro”, afirma Laura Emília Dias Neves, CEO da AgroBrasil Seguros. Sem revelar a quantidade de contratos firmados, ela diz que o número poderia ser maior se o processo fosse mais fácil, sobretudo quanto ao trâmite de entrega de documentação e ao relacionamento com o banco credor do Pronaf. “Ainda há muita burocracia. Teríamos conseguido muito mais se não fosse isso”.

O conselho da executiva para a sequência do programa voltado aos pequenos, que poderá resultar na migração completa do público familiar para o seguro privado com subvenção, é para o governo ser mais facilitador. “Se a migração for facilitada, não terá o ônus político de acabar com o Proagro, pois os agricultores vão estar satisfeitos com o modelo do seguro.

O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, João Rabelo, afirmou ao Valor que o governo deu um “passo maiúsculo” ao permitir a oferta de soluções de mercado para a agricultura familiar, e vislumbra a ampliação de produtos ao Pronaf, como o seguro de faturamento. Para isso, destaca, entre outros fatores, a capacidade de monitoramento de áreas por sensoriamento remoto, o que ainda não é possível no Proagro.

 O ramo de seguro rural no Brasil vai de “passo em passo”, segundo Neves. Relativamente novo – o pontapé inicial foi em 1997, o segmento começou a ganhar corpo a partir de 2005, com a entrada da subvenção federal ao prêmio. Mesmo assim, menos de 15% da área produtiva tem cobertura atualmente. Cerca de 95% das apólices são subsidiadas.

E o incremento do orçamento, que ficou em R$ 881 milhões este ano, é encarado com otimismo e cautela.“ As seguradoras estão de olho em oportunidades. Assusta um pouco a entrada de algumas empresas sem técnica, de olho apenas no dinheiro da subvenção”, ponderou Fábio Pinho, presidente da Essor. A alta taxa de sinistralidade pode significar vida curta para quem se aventura e um desestímulo ao mercado em geral

Fonte- Jornal Valor Econômico